quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tu

tuas mãos
são feras famintas
que me rasgam a pele   
e me recompõem
em mosaico milagroso

tua boca
é fonte de vida 
onde sorvo meu sumo
e segrego meus venenos

teu sexo
é fogo sagrado   
que aquece minha alma
e me absolve os pecados

m.butterfly

10.04.2012    22:50

quinta-feira, 1 de março de 2012




uma fome que caminha
um corpo-mundo
me fazendo lânguida
com linguagens e sensações e desejos
nesse corpo-muro
caos seguro
braços e dedos deslizando molhados num silêncio anterior.



m. butterfly

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012




Nós não vemos as coisas como elas são, vemo-las como nós somos.

Anais Nin






Lilith juntou as pernas, furiosa. Pensou que se aquele ânimo sexual selvagem se apoderasse dela justo agora, não saberia o que fazer. (…) Será que ela ousaria voltar-se para Mabel e acariciá-la? Ela tinha ouvido falar de mulheres que se acariciavam no cinema. Uma amiga dela havia se sentado desse jeito na escuridão do cinema, e muito lentamente sua acompanhante havia desenganchado a abertura lateral de sua saia, enfiado a mão em seu sexo e a afagado até gozar. (…) Às vezes pensava consigo mesma como deveria ser maravilhoso acariciar uma mulher, a forma arredondada da bunda, a maciez da barriga, aquela pele particularmente macia no meio das pernas, e tentava se acariciar na cama no escuro, apenas para imaginar qual deveria ser a sensação de tocar uma mulher. Ela havia acariciado os próprios seios muitas vezes, imaginando que eram os de uma outra mulher.

Anais Nin

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fragmento de um conto ainda por ser escrito

Aqui passam dias longos e áridos e as palavras me chegam aos poucos.
Dando voz na carne ao que está travado na garganta.

Caminho na rua , penso no escuro dos olhos
quando ela me abriu seus porões.
Porões destrancados sem estrondo, liturgia do avesso.
Dizei uma só palavra e minha alma será para sempre lançada
no abismo do seu corpo.
E me entregarei sem escudo à maré que me espreita no escorrer das horas.

m.butterfly

Vem

Tão leve a trama que a minha mão intensa rompe...
Vem comigo erguer a cortina densa do cotidiano,
Vem caminhar descalça o improvável e sorrir de alegria e luz.
Brincar de olhar e esconder, palavras secretas,os véus meus no labirinto do sonho teu, 

Contatos esparsos pelas superfícies mútiplas do teu corpo
Todas as vontades que alimentamos com fogo e calor
No chão que são flores, 
Braços e pernas tateando um novo acomodar.


m.butterfly

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012




“Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta.”

[Anais Nin]