Sentada na cama ela olhou pra outra e sorriu. Segurou a toalha um pouco mais forte junto ao peito, como se aquela toalha a protegesse, fosse o seu escudo, mas… Pra que escudo? Estava diante dela, tão linda, tão cheirosa, tão feminina, tão compreensivamente cúmplice. Sentiu-se virgem outra vez, aliás, era uma virgem outra vez. Toda a sua experiência até agora, por mais vasta, por mais eclética que fosse, era completamente diferente daquilo. Havia fantasiado, é claro, mas fantasias durante anos guardadas pra si.
Observava-a atentamente. Ela tinha um sorrisinho nos lábios enquanto passava o óleo nas pernas. Podia ver os mamilos pontiagudos sob o vestido leve, e entrever seu sexo pelas coxas. Um calor de dentro pra fora ia tomando conta dela. Tesão! Desejo em desejar a outra, que em determinado momento falou:
- Por quê me olha tanto menina? – sorrindo.
- Porque estou sem graça…
- E sem graça por que? – perguntava nitidamente conduzindo a relação.
- Sem graça porque não sei o que fazer ou dizer.
- Ué, e precisa dizer?! – ainda com o sorrisão nos lábios.
- Não sei… Preciso?!
E quando disse isso a outra se aproximou, uma proximidade deliciosa e eroticamente desconfortável. Fechou os olhos, sentindo o aroma do corpo dela, quase sentindo o toque que não acontecia nunca. Sentiu o cabelo molhado roçar em seu ombro enfim, enquanto percebia os lábios aproximando do seu pescoço. Estavam arrepiada, os pêlos eriçados, os mamilos rijos, o sexo úmido e as mãos cada vez mais firmes na tolha. Estava assustada, mas excitada, mais excitada do que nunca esteve. A outra roçou os lábios muito suavemente pelo seu pescoço, nuca e em seu ouvido falou delicadamente:
- Solta a toalha, vai… – e dizendo isso afastou-se. Ajoelhando-se na cama e tirando o vestido ficando completamente nua diante dela.
Suava de nervoso, de desejo, o corpo dela era tão lindo… Seios grandes, fartos, mamilos róseos apesar da morenice da pele, tinha os pelos aparados e a virilha bem depilada. Por um instante teve um pouco de vergonha do próprio corpo. Com um homem nunca teve, afinal, o que primava era a diferença. Já com ela… Fechou os olhos então e respirou fundo, soltando a toalha lentamente deixando-a cair.
- Seus seios são lindos… – ela disse parecendo realmente embevecida.
Abriu então os olhos e viu desejo nela, que se aproximou e beijou sua boca de uma maneira tão terna, como quem diz: “Calma, não há com que preocupar-se”. Roçando os lábios de leve e suavemente invadindo sua boca com a língua. Roçando os seios em seus seios. O toque mais suave e perfeito ao qual já havia sentido. Pela primeira vez pôde entender o porque mulheres se entendem tão bem entre mulheres. Era tudo tão deliciosamente natural.
Deitando-a na cama, a outra foi explorando com os lábios todo o seu corpo. Olhos, ponta do nariz, boca, orelhas, pescoço e colo. Chegando aos seios, delicadamente beijando e sugando um mamilo, eventualmente traçando um caminho com a língua até sua axila, enquanto com os dedos acariciava o outro mamilo solitário.
Sentia um fogo ardendo dentro dela, como se mil mãos e mil bocas a explorassem. E quando finalmente sentiu os dedos dela tocando-a, respirou fundo e fechou os olhos. Nunca antes havia sido tocada daquela forma a não ser por si mesma. Ela conseguiu em instantes o que muitos homens não conseguem em uma vida, satisfazer plenamente uma mulher.
O orgasmo estremeceu seu corpo, ela percebeu e aproveitando a sensibilidade, foi descendo os lábios pela barriga, cintura, umbigo, até finalmente acomodar-se confortavelmente entre as pernas dela, com os dedos entreabrindo seus outros lábios e com os próprios lábios beijando a sua intimidade.
A intensidade, o ritmo, o toque… Tudo milimetricamente perfeito. Perfeito e natural. Natural e maravilhoso. Maravilhoso e único. Sem pensar muito explodiu num gozo intenso em sua boca, uma sensação tão intensa que sentia o corpo vibrar por dentro. Até quase desfalecer de tanto tesão. A sensibilidade dela era absurda e a boca ainda repleta do seu gosto, beijou-a, sentindo pelos lábios dela o seu próprio sabor.
Nada falavam, não havia o que dizer, ela sentiu uma necessidade absurda de retribuir o prazer à outra. E o que antes era uma grande incógnita, era agora extremamente natural e instintivo. Com a boca, dessa vez era ela a explorar o outro corpo, sem medos, pudores, só desejo e instinto. Conhecia o prazer, como ter prazer, queria agora apenas retribuir este prazer.
Seus sentidos estavam aguçados, porque era tudo novo, tão conhecido e ao mesmo tempo tão diferente. O aroma, o sabor, o toque da pele, o gemido sussurrado… Debruçada sobre a outra, dessa vez foi ela a roçar os cabelos úmidos, a perceber as reações, a explorar as sensibilidades. E quando pela primeira vez teve os seios da outra em sua boca, os seios grandes e fartos, macios, pôde sentir os mamilos ficarem cada vez mais rijos de desejo, estimulados e sugados pela boca e língua. Sentia prazer em dar prazer.
Estava curiosa, queria provar todo aquele corpo, queria sentir o sabor dela também, mas queria que fosse tão perfeito quanto o prazer proporcionado. Quis então retribuir, ser ela a apresentar algo novo. Desceu os lábios pelo corpo, porém intencionalmente evitando o seu sexo. Passou com os lábios entre as coxas dela, a milímetros de onde tanto desejava, sentiu o aroma delicioso de mulher, mas desceu por entre as coxas, joelhos, pernas até chegar finalmente aos pés.
Durante todo este percurso, observava-a, estavam em sintonia. Quando a outra se recostou nos travesseiros, ficou na posição perfeita para observar a cena enquanto aos seus olhos se masturbava. Massageou os pés com calma, olhando-a bem em seus olhos, e com a boca chupou delicadamente cada dedo, voluptuosamente em determinados momentos, principalmente quando se dedicava ao dedão. Naquele momento o pé dela era um falo sendo adorado, chupado, lambido. Cheio de terminações nervosas e sendo estimulado, tudo pelo total prazer.
Enquanto se deliciava, colocando em sua boca o pé da outra, observando masturbar-se, contorcer-se diante dos seus olhos, com a mão guiou o outro pé que não estava sendo adorado para entre as suas pernas. Olhou-a nos olhos e viu seu olhar malicioso. Ela havia entrado no jogo. E com o dedão do pé tocava-a, inicialmente sem jeito, mas depois encontrando o ritmo e a intensidade perfeita. E ao mesmo tempo em que tocava, se tocava, enquanto chupava sofregamente seu pé em ponta, como um pau enorme a invadir sua boca. E então, sem agüentar segurar, mais uma vez gozou. Com o pé quase entalado em sua boca, e o pé dela invadindo-a abusadamente. Sentiu que foi estocada de maneira mais forte, mais urgente, e levantando os olhos, viu que a outra também gozava com o ato insólito.
Caiu meio mole na cama, ainda com o pé da outra a massagear-lhe, lentamente acariciando o seu corpo, seios e finalmente massageando a sua face com seu próprio cheiro. Olhando nos olhos dela, lambeu o próprio suco em sua sola e dedos e sem dar tempo para descansar subiu a boca por entre as suas pernas. Necessitava chegar a “ela”.
Desejo não se explica, se vive, se explora. E assim foi. Quando aproximou o rosto e sentiu o aroma, delicadamente com os dedos escancarou-a à sua frente. Passando a língua bem devagar de baixo até em cima, como um cão em reconhecimento. O sabor era muito, muito diferente do próprio sabor, pôde naquele momento entender que cada mulher é única e o sabor dela era delicioso.
Olhando de tão pertinho, viu-o inchado, sensível, afinal ela havia se masturbado e gozado intensamente enquanto era adorada e a tocava com seu pé. Fez então algo que amava, uma deliciosa carícia, com os dedos da mão esquerda, arregaçou-a delicadamente, deixando-a bastante exposta. Com a saliva lubrificou o local e enquanto com a língua fazia movimentos rítmicos e constantes concentrados nele, o clitóris, com dois dedos da mão direita introduziu nela repetindo os mesmos movimentos.
Eventualmente levantava o olhar e via a outra de olhos fechados, apenas sentindo, com as duas mãos massageando os próprios seios e com as pontas dos dedos apertando os mamilos. Aquela visão excitava-a ainda mais, mantendo o ritmo da língua e dedos continuado, até sentir seus dedos dentro dela cada vez mais molhados e finalmente senti-los sendo massageados pelo interior dela. Como se seus dedos fossem mordidos, abocanhados.
Continuou naquele ritmo e frisson até que ouviu um grito de gozo, intenso, delicioso. Tirou os dedos de dentro dela e pôs a boca, beijou, lambeu, bebeu todo o suco, enquanto ela acariciava seus cabelos. Com a língua ainda sentiu as contrações rítmicas dela, sensível e saciada. Como era bom sorver aquele gosto, pensou.
Foi lentamente subindo pela cama, roçando seus corpos, até seus lábios se encontrarem mais uma vez num beijo gostoso, e as mãos explorarem o corpo uma da outra sem nenhuma urgência, só carinho. E quando ela finalmente aconchegou a cabeça junto aos seios fartos dela, pode ouvir o coração aos poucos se aquietar.
m.butterfly
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